Olho-te sem pudor de tão impúdica que sou
viver é um evento obscuro de uma beleza tão rara
que afaga a própria existência do que não existe
olha-me sem temeres o que já não temes.
(Inventa-me de novo no teu esplendor)
Não me olhes ao espelho onde a minha imagem
já não projecta reflexos
nem me guardes como uma bíblia sem salmos
quero-me assim límpida para te profanar
na imortalidade dos mortais.
Procura-me nas forças do mundo intangível
onde nos encontramos intactos
de qualquer frugalidade imediata
leva-me mas olha-me sem me veres.
Conceição Bernardino
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