domingo, 29 de novembro de 2009

O Poder da Tranquilidade na Vida de cada um


O poder da Tranquilidade

3 Dias se passaram desde a última aventura que o meu coração me proporcionou, talvez o suficiente para escrever o que se segue. Foi á sensivelmente 2 meses atrás que a vontade de seguir rumo ao deserto e a África que tudo começou. A experiencia inesquecível e inexprimível por palavras, conduziu-me então uma vez mais ao momento de magia que é viver uma Vida segundo a vontade do Coração.

Hoje, após esta experiencia, a maturidade fruto de quem vivenciou e validou em primeira mão tais momentos, permitiu-me mais uma vez exprimir, partilhar de forma tranquila e sábia, para comigo mesmo, e para quem mais possa estar interessado.

Tranquilidade, é a face da Vida que se reconheceu a ela mesma como sendo a própria Vida. Hoje reconheço que tranquilidade nada tem a ver com segurança, mas sim com a certeza que tudo esteve, está, e estará sempre bem. A Vida que busca segurança é aquela que vive na insegurança, pois para se procurar um, temos que necessariamente experienciar o outro. Esta busca por tranquilidade, faz parte de um processo pelo qual a vida tem de passar. Contudo é apenas um processo, um degrau, que uma vez transposto mostrar-lhe á, a natureza do mesmo. Não existe nada de errado em procurar segurança, porém todo aquele que for persistente, verá que a procura o conduzirá a um ciclo que se auto perpetua de forma ilusória, e a seu tempo saberá o porquê do mesmo.

Por entre aventuras em pleno deserto, montanhas ou em terra de ninguém, a originalidade do momento presente preenchia a vida de forma sublime e mágica. Em terras distantes os momentos apresentavam-se como uma constante aventura, entre magia e momentos de extrema felicidade, aparentes percalços “mentais” se faziam sentir, porém a sua natureza revelava-se ilusória fase a sabedoria de quem tinha descoberto o autêntico sentido da palavra tranquilidade.

A verdadeira Tranquilidade não se busca, Vive-se. Só podemos afirmar que estamos tranquilos quando assim o experienciamos. A busca significa a sua ausência, significa que carecemos desse estado, vivenciar a tranquilidade é SER a tranquilidade, é saber que a Vida quando Consciente dela própria é sinónimo de tranquilidade, Paz. O poder da tranquilidade é a própria tranquilidade, Viver neste estado, é viver livre de insegurança, de intranquilidade e perturbação, tal estado só é possível quando vivenciado, experienciado e validado. Para que isso seja realizável temos que reconhecer a natureza e a causa dos nossos medos, como sendo o único e exclusivo responsável pela ausência da tranquilidade. Quando constatamos a natureza do medo, reconhecemos a natureza ilusória do mesmo, todo o medo incide no futuro, num presumível resultado que ainda não aconteceu. No momento em que temos medo de algo, o resultado desse algo, nesse momento ainda não aconteceu, logo não é real, o Homem afasta-se do momento presente que é pura tranquilidade, para viver um estado ilusório que é o medo.

Viver a tranquilidade é SER a tranquilidade é ser uno com o momento, é reconhecer que o medo, que surge em forma de pensamento é apenas isso, um mero pensamento com principio meio e fim, que possui a credibilidade que atribuirmos. A liberdade concede-nos essa escolha, e por fim essa experiencia, podemos optar por Viver com medo, fechados para a vida, ou com abertura e Amor para com a Vida.

O poder da tranquilidade, transporta-nos para uma dimensão mágica que é Realmente Viver a Vida.



A todos Paz

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sobre a Honestidade



Hoje estive a pensar em algumas situações onde a honestidade de uma pessoa é posta à prova. Analisemos algumas :
1- O estudante que estudou por horas a fio para determinado exame e, na prova, não sabe a resposta de uma questão; seu colega ao lado usa uma "cola".Deverá pedí-la?
2- No pagamento de uma compra, percebe-se mais tarde que o troco veio a mais. Deve-se voltar lá e devolver o excedente?
3- Você é muito amigo de uma pessoa que está na fila a aguardar ser atendido. Passaria seu amigo na frente das outras pessoas?
4- Você é uma pessoa muito pobre e encontra uma maleta cheia de dinheiro. Procuraria descobrir o dono e devolvê-la?

Passei por todas as situações acima descritas. Nos meus cursos, envergonhava-me de meus colegas quando usavam "cola" nas provas e tiravam excelentes notas. Minhas excelentes ou más notas eram atestados fiéis do conteúdo aprendido...Várias vezes, tanto eu como meu marido voltamos para entregar o troco a mais para alguém que, por certo, teria de repô-lo ao seu patrão, de seu próprio bolso...Já sofrí a humilhação de ceder meu lugar na fila para alguém que acabou de chegar, por ser amigo do atendente...Já devolví objetos achados ou esquecidos e, lembrei-me de que a situação descrita não é hipotética: aconteceu a poucos anos atrás com um gari...

A impressão que tenho é que a cada dia se torna mais difícil ser honesta em um mundo onde impera o hábito de querer levar vantagem em tudo (a Lei de Gerson...), mais difícil não ser ridicularizada por sê-lo. Creio ter chegado o tempo ao qual Rui Barbosa (1849 - 1923) se referiu no seu célebre e imortal discurso:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto" (In:Obras Completas de Rui Barbosa. "Discursos Parlamentares". Vol.41, t.3,1914. Requerimento de informação sobre o caso Satélite, Sessão de 17/dez/1914)

Por estarem em maior evidência, os políticos costumam ser alvo de maiores críticas. Em verdade, ainda há um longo caminho para uma completa transparência dos gastos públicos; porém, sinto que, mesmo em passos lentos, temos avançado na cobrança da honestidade. Mesmo que às vezes surja uma certa sensação de impunidade, uma coisa é certa: nunca se cobrou tanto, nunca se deu (legalmente) tanto poder de denúncia...E isso é bom.

Talvez o problema da honestidade resida em sua dupla valoração: o outro não pode ser desonesto comigo; mas eu, às vezes, posso ser com ele...Há desonestos maiores e menores (quase inofensíveis), defendemos! E assim se perpetua a desonestidade: hoje nos pequenos gestos, amanhã nos grandes golpes.

Somos desonestos quando nos sentirmos espertos por termos trapaceado em algum negócio do qual levamos vantagem. Criticamos a burocracia do serviço público, mas almejamos lá um cargo para perpetuar essa lentidão ("ganhar muito e não fazer nada"...). Paradoxalmente, trapaceamos, enganamos, mas não gostamos de sermos enganados...Há corruptos e corruptores. Somos corruptos quando agimos com desonestidade e corruptores quando a fomentamos em outrem...

Honestidade é uma virtude que deve ser cultivada em nossos filhos desde tenra idade; devemos advertí-los porém, das agruras de tal virtude: muitas pessoas tê-los-ão na conta de ingênuos, bobos, poderão ser alvo de chacotas...Incentivemos, porém, para que prossigam através do nosso exemplo diário. Apenas assim, creio eu, poderão ocorrer substanciais mudanças no futuro: na política, na sociedade em geral e, talvez o vaticínio do ilustre Rui Barbosa se transforme apenas em uma referência histórica.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que nos revela a Vida?


O que nos revela a Vida?

De certa forma todos os Mestres nos incentivaram a Observar a Vida, nas diversas religiões, como o Cristianismo, Budismo, Hinduísmo, etc. Está directamente ou indirectamente mencionado o acto de Observação, como factor essencial á percepção e entendimento ao sentido da Vida.

Vigiai, disse Jesus, Contemplai disse Krishna, Meditai disse Buda, todos eles realçaram a importância da Observação, na vida de cada um.
Podemos deixar em aberto que tal mensagem, estimula a possibilidade de que a Vida possui algo para nos revelar e mostrar, provavelmente o seu “verdadeiro sentido”.

Porquê Observação? Porque na Observação está o poder do discernimento, o poder de ver a Vida como ela real/mente “É”.

Quando Observamos a Vida, quer seja uma emoção, um sentimento, uma situação familiar, de trabalho, de lazer, ou apenas uma paisagem. É nos possível constatar 2 formas distintas de o fazer. A Observação pode ser conduzida de forma Consciente, ou de forma inconsciente, ambos conduzem a resultados diferentes.
A Observação Consciente, está isento de interpretações, isento de pensamento, julgamentos e opiniões, a Observação Consciente apenas contempla, constata assim a Natureza a essência do momento e da realidade.
A Observação Inconsciente, é a Observação pelo qual a Vida é alvo de pensamento, julgamento e opinião. Neste caso a Vida é condicionada, e algo é adicionado á realidade e a essência da Natureza.

Em qualquer dos casos a Observação “Consciência” antecede ambos. Isto significa que homem possui livre arbítrio na Interpretação ou não interpretação sobre o que Observa.
Ora ele, Observa com interferência da mente, e com isso o pensamento, julgamento ou opinião surge, interferindo e rotulando a natureza da realidade Observada. Ora ele, Observa sem pensamento, sem opinião e sem Julgamento.
Quando assim acontece algo lhe é revelado, algo incrivelmente óbvio, mas indescritível por palavras.

Alguém em tempos disse: “ A Vida não é apenas o pensamento, mas sim todo o momento”

Assim como as emoções os sentimentos, também o pensamento têm o seu lugar na Vida, como tudo resto. Mas como a frase indica, “têm o seu Lugar”.
Isto significa o óbvio, o pensamento serve a vida, mas não é a Vida.

Encontrar um sentido na Vida, não é pensar na Vida mas sim contemplar a Vida, essa contemplação, Observação, Meditação, inclui tudo, porque tudo é a VIDA.

Inclui o seu pensamento, o seu julgamento, a sua opinião, e por fim você.

Descobrir, significa ver algo que esteve em tempos “coberto” e que não era visível, nem perceptível. A Vida têm algo para nos revelar que está presente nela mesma, em si mesmo, e Observação é a “chave” para revelação.


O pensamento serve a Vida, como o arado serve terra. Utilizar o pensamento para o seu propósito que é servir, é SER sábio. Utilizar o pensamento para conduzir a sua forma de viver, é deixar SER a Vida para passar a ser o arado.

PAZ

sábado, 21 de novembro de 2009

São Francisco: Capítulo Final; Milagres



Milagres

A vida de Francisco foi ilustrada por numerosos milagres. Pães que abençoou curavam muitos doentes. Transformou água em vinho que devolveu a saúde a um doente e muitos outros.
Quando se aproximou de seu fim, enfraquecido por longa doença, pediu para ser colocado sobre a terra nua, chamou para junto de si todos os irmãos e fazendo a imposição das mãos abençoou-os e como na ceia do Senhor deu a cada um deles um pedaço de pão, convidando a todas as criaturas para louvar Deus. A morte, também era convidada a receber a sua hospitalidade, acolhida com carinho e dizendo-lhe: “ Seja bem-vinda, minha irmã morte”. Quando chegou a sua hora final, um frade viu a sua alma com forma de estrela, semelhante à lua em tamanho e ao sol em esplendor.

Uma mulher, que fora beata de Francisco morreu, e em torno de seu caixão fúnebre estavam clérigos e padres, quando de repente ela se ergueu e, chamando um dos sacerdotes, disse-lhe: “ Quero me confessar padre. Eu estava morta e destinada a permanecer em uma dura prisão porque ainda não confessara um pecado, mas São Francisco orou por mim, concedeu-me voltar a meu corpo a fim de que, depois de ter revelado esse pecado, possa obter a paz diante de todos vocês”. Então ela se confessou, recebeu a absolvição e depois adormeceu no Senhor.

Um pobre devia certa soma de dinheiro a um rico, a quem rogou, por amor de São Francisco, que prorrogasse o prazo. O rico respondeu com soberba: “ Eu o prenderei em um lugar onde São Francisco nem ninguém poderá ajudá-lo “. E imediatamente mandou acorrentar e trancar aquele homem em uma prisão escura. Pouco depois, São Francisco apareceu, quebrou as portas do cárcere, rompeu as correntes que prendiam o homem e reconduziu-o incólume para casa.

Um cavaleiro que zombava das obras de São Francisco e de seus milagres, certo dia estava jogando dados quando cheio de loucura e incredulidade, disse aos assistentes: “ Se Francisco é santo, que venha um lance de 18”. Imediatamente os três dados caíram no número seis, e isso em nove lances seguidos. Contudo cada vez mais insensato, ele disse: “ Se é verdade que é santo, que hoje meu corpo caia varado por uma espada, se não é santo, que eu saia incólume”. Quando o jogo acabou, para agravar a prece, insultou o seu sobrinho, que enfiou uma espada nas vísceras do tio e o matou no mesmo instante.

Um homem tinha a perna tão doente que não podia fazer nenhum movimento, e invocou São Francisco: “ Ajude-me, São Francisco, agora que morro nos mais atrozes tormentos lembre-se de minha devoção por você e dos serviços que lhe prestei, carregando-o em meu asno, beijando seus santos pés e mãos”. Imediatamente o santo apareceu com um pequeno cajado em forma de tau, tocou o lugar dolorido e estourou um abcesso. Assim ele ficou curado, mas a marca do tau permaneceu sempre naquele lugar. Era com essa letra que São Francisco costumava assinar suas cartas.

Em Castro Pomereto, nas montanhas da Apúlia, uma jovem, filha única, morreu. Sua mãe, devota de São Francisco, ficou absorta em profunda tristeza e ele apareceu: “ Não chore, pois a luz de sua luminária, que você lamenta como se estivesse apagada, lhe será devolvida por minha intercessão”. A mãe recuperou a confiança, e invocando o nome de São Francisco não deixou levar o corpo da filha morta, que se levantou incólume.

Em Roma, um menino caiu da janela de um palácio e morreu imediatamente. O bem-aventurado Francisco foi invocado e o menino devolvido à vida em seguida. Na cidade de Sezza, ao desabar, uma casa esmagou um jovem; seu cadáver já estava no caixão para ser sepultado, quando a mãe invocou o beato Francisco com toda a devoção de que era capaz e por volta da meia-noite o filho bocejou, depois se levantou curado e prorrompeu em palavras de louvor.

O frade Tiago de Rieti atravessara um rio em um bote com outros irmãos, que já haviam descido na margem, e quando ele próprio se preparava para sair, o barco virou e ele caiu no fundo do rio. Os frades puseram-se a invocar o bem-aventurado Francisco pela salvação do afogado, que também implorava de todo coração, como podia, o socorro do beato Francisco. Graças a isso o frade andou no fundo da água como se estivesse em terra firme, apanhou o bote submerso e foi com ele para a margem. Suas vestes sequer ficaram molhadas e nenhuma gota atingiu a sua túnica.


Fonte: Legenda Áurea, Jacopo de Varazze

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Na Colina



Abro as janelas do teu quarto. Deixo para trás os odores do nosso corpo, a cama despida de amores corrompidos quando não estão unidos.
A brisa entra de mansinho e sinto – me sufocar. Respiro em lufadas devagar. Olhas-me e dizes que a próxima vez será para breve e como sempre no mesmo lugar. Sinto-te o gosto, o cheiro, tacteio-te com o meu olhar e não consigo ver nada. A escuridão hoje está presente nos teus olhos cor de pedra pomos.
Fixas-me o corpo nu procurando as curvas que gostas de admirar. Sinto-me nua! Estou nua de espírito e tu não vês… Aproximo-me devagar afagando-te os cabelos. Beijas-me com ternura e paixão, sinto que vivo a nossa ilusão.
Fecho os olhos e vejo para além do quarto, enquanto estamos afogados um no outro a paisagem bela que percorre o exterior da casa.
Peço-te mais uma vez, quem sabe a última então que não faças promessas em vão, daquelas que são impossíveis, só cabem em corações insanos e doidos de paixão. Nunca ligas ao que digo e sussurras-me ao ouvido palavras que sabem bem ouvir mas que preciso expelir.
Mais uma manhã o céu tocou os nossos pés e amanhã, não queiras saber o porquê, não saberei de ti. Outro dia talvez, se o dia na Colina estiver com uma manhã de apetecer.

sábado, 7 de novembro de 2009

Amor "proibibo"

* Amor… proibido
Segredo escondido
Noite de lua cheia
Tu és a minha bela Dulcineia
Eu sou, o teu cavaleiro errante
Desejando ser o teu único amante

AMOR… verdadeiro
Promessa de escuteiro!

Amor… ardente
Paixão iminente
Lava de vulcão
Que brota do meu coração
Tu és chuva de prata
Eu, o teu idólatra
Por ti me sacrificarei
Por ti eu, a vida darei

AMOR… distante
Pensamento constante!

Amor … embriagado
Cálice de sangue enfeitiçado
Canta-se o Hino dos Amantes
Ouvem-se murmúrios alucinantes
És o puro éter da rosa
Tu és a minha bela mariposa
Eu serei flor do teu jardim
Serei orquídea disfarçada de jasmim
Serei rajada de vento aquecido
Serei raio de sol no teu olhar reflectido

AMOR… silencioso
Segredo valioso!

AMOR… latente
Veneno de serpente
Maça silvestre proibida
Tu és a minha Eva apetecida
Quero teus virgens lábios provar
E teu desnudo e belo corpo amar
Quero o teu pecado conhecer
E nele, estes meus loucos desejos satisfazer

AMOR… impossível
Louco desejo irreversível


* Dedicado a uma bela e romântica musa que habita noite e dia este meu louco coração.


A.Soares (apollo_onze)

Anatomia da Improvisação

Escuta amor
Nada me assusta, nem minhas asas
Que produzem os sons que brotam do silêncio
Este silêncio que ecoa no espaço
onde viajamos parados no limiar invisível do tempo.
Escuta amor
as vozes deste silêncio que criamos
quando viajamos para longe e dentro de nós.
Se vens inaugurando o antes e o depois
quero reter no instante desta curva espaço tempo
o que nos traz e nos faz
uno com o Cósmico e Universal.


Falarias prá mim dos vazios que tua alma oculta,
Eu percorreria o espaço na curva desalinhada do tempo
declarando o sutil
que estes espaços em branco mostram.




Sente este vento do futuro a soprar na consciência.
Improvisa prá mim,
em mim,



a anatomia do que ainda não tem nome.

(Cleo)

Um fim de semana mágico para vocês.

Beijos!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como nasce um paradigma


Faço minha reflexão de hoje baseada neste interessante texto que me foi enviado por e mail:

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituiram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi procurar subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais procurava subir a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato. Um terceiro foi trocado e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..." (autor desconhecido)

É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito" (Albert Einstein)

Nossa vida é aprendizado contínuo. Desde tenra idade extraimos do exterior a nós elementos que irão compor nossa visão de mundo. As primeiras lições - parentais - adquirímo-las no seio da família e, aos poucos, somamos àquelas as da escola, dos amigos, dos colegas de trabalho, enfim, incorporamos pedaços de realidade que passam pelo crivo subjetivo de nossas avaliações e nos ajudam a compor nossos paradigmas.

O que é um paradigma? Segundo a Wikipedia, "Paradigma (do grego Parádeigma), literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas".

O termo Paradigma é mais conhecido em Física. Na escola aprendemos que o paradigma newtoniano foi quebrado por Einstein. E surge a Física Quântica! Com horizontes bem maiores, mais largos, mais respostas e outras dúvidas!...

É isso mesmo! A Ciência caminha através das dúvidas, dos questionamentos, do teste das leis, da introdução de novas variáveis. Uma teoria se valida pelas refutações a que se submete e, quando há uma hipótese que a contrarie, vai-se por água abaixo um edifício sólido... É o momento de se repensar, de estudar sob outro ângulo, de construir um novo corpo teórico!

Da Física transponho meu pensamento: porque não aplicarmos em nossa vida diária o questionamento sadio de nossos paradigmas? Porque nos apegamos todos ao estreitamento das posições rígidas? Porque repetimos mecanicamente tantos comportamentos sem que nem ao menos procuremos entender suas validade, origem, seus objetivos?

Um paradigma é necessário na solidez de nossos alicerces. Todavia, é preciso - tal qual um técnico - saber detectar quando há rachaduras, problemas na estrutura destes e, se o caso, acelerarmos a demolição de certas construções aparentemente sólidas, agirmos no sentido de uma desconstrução de alguns de nossos modelos.

Apegâmo-nos ao conforto do "isso já foi dito", chamâmo-lo de experiência. Nosso dolente comodismo nos impele ao não questionamento do porquê de tantas de nossas atitudes habituais... Às vezes nos ancoramos fechados a defender o que chamamos de tradição: "isto é assim desde tempos imemoriais... meus avós já faziam assim...todo mundo faz assim... porque devo questionar?" Ou: "quem sou eu para questioná-los?" Digo agora: Podem estar errados! Porque não? O mundo medieval tinha certeza que o Sol girava em torno da Terra, pois este pensamento era conforme ao paradigma dominante ditado pela religião...

Vou mais além: a cada vez que defendemos ferrenhamente nossas posições sem que as tenhamos submetido ao confronto com o novo, com o racional que detecta irracionalidades e incongruências, sem que ouçamos imparciais as verdades do outro que nos parecem falsas, contribuimos para o perpetuar da intolerância, do preconceito, dos erros e injustiças, de mentiras muitas vezes. A cada vez que repetimos padrões de conduta sem que saibamos seus porquês, sem que entendamos as suas origens engrossamos as fileiras de um pensamento conservador, acéfalo e continuista...

É preciso revolver de tempos em tempos as águas de nossas certezas pois que se tornam paradas, limosas, traiçoeiras... Tais águas se tornam insalobras caso não as oxigenemos com novas ideias, caso criemos barragens psicológicas que impeçam seu fluxo livre... Afinal, neste grande rio que é o saber, nossas convicções correm lentas ao destino do Grande Oceano! É urgente que saibamos apreciar cada obstáculo que nos impele a ser água turbulenta!

Há momentos na trajetória de um rio em que suas águas são revoltas, a navegação é difícil - se não impossível; contudo, são nestas passagens por obstáculos que ele, com enfurecido ímpeto, escoa mais depressa para objetivos outros. E move pedras, e arranca arbustos e hiperoxigena suas águas. Já não será o mesmo depois da corredeira, planícies há a fertilizar...

Aprendamos com os paradigmas da Ciência - que sempre estão a ser testados, com as lições dos rios; aprendamos a refutar nossos próprios argumentos, a nos tornar mais refratários às verdades dos outros, a questionar mais nossas certezas... Não posso assegurar que chegaremos perto de uma verdade absoluta, pois que esta não existe; todavia, distanciarêmo-nos, com certeza, da intransigência e, contribuiremos para a formação de paradigmas ampliados de compreensão do que nos cerca e, acima de tudo, de nós mesmos... Pensemos nisso.

Imagem retirada de : http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.sdr.com.br/professores/franciane_ulaf/dica146_paradigma.jpg&imgrefurl=http://www.sdr.com.br/professores/franciane_ulaf/paradigmas.htm&h=187&w=350&sz=17&tbnid=9CicwzB0UkgL1M:&tbnh=64&tbnw=120&prev=/images%3Fq%3Dimagem%2Bde%2Bparadigma&usg=__RizfSJQoje32avuGANISGHDrQfM=&ei=lbrxSsq1B5XS8Ab7saCICQ&sa=X&oi=image_result&resnum=2&ct=image&ved=0CAkQ9QEwAQ

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sinto-Te em Mim e Não Te sei Chamar



escrevo palavras soltas numa folha branca, palavras que por si só não se completam.

e o que vês quando me olhas?

pergunto-me(te)

não não digas nada.

não importa o que tu vês

importa o que eu sinto quando te vejo olhar para mim.

nomes?

não...

se os sentimentos fossem para ter nomes

não se sentiam com toda a certeza diziam-se...

como se chama um arrepio na pele? é o quê?

não sei, sinto-o apenas.

não estraguem os sentimentos ao chamá-los

sintam só. tão simples quanto isso.

sem nome são livres.

sem nome são intensos.

sem nome têm a pureza original de quem não mente.

entendem-me?