sábado, 29 de agosto de 2009

Catando os Cacos do Caos




Catar os cacos do caos
como quem cata no deserto
o cacto
- como se fosse flor.

Catar os restos e ossos
da utopia
como de porta em porta
o lixeiro apanha
detritos da festa fria
e pobre no crepúsculo
se aquece na fogueira erguida
com os destroços do dia.

Catar a verdade contida
em cada concha de mão,
como o mendigo cata as pulgas
no pêlo
- do dia cão.

Recortar o sentido
como o alfaiate-artista,
costurá-lo pelo avesso
com a inconsútil emenda
à vista.

Como o arqueólogo
reunir os fragmentos,
como se ao vento
se pudessem pedir as flores
despetaladas no tempo.

Catar os cacos de Dionísio
e Baco, no mosaico antigo
e no copo seco erguido
beber o vinho
ou sangue vertido.

Catar os cacos de Orfeu partido
pela paixão das bacantes
e com Prometeu refazer
o fígado
- como era antes.

Catar palavras cortantes
no rio do escuro instante
e descobrir nessas pedras
o brilho do diamante.

É um quebra-cabeça? Então
de cabeça quebrada vamos
sobre a parede do nada
deixar gravada a emoção

Cacos de mim
Cacos do não
Cacos do sim
Cacos do antes
Cacos do fim

Não é dentro
nem fora
embora seja dentro e fora
no nunca e a toda hora
que violento
o sentido nos deflora.

Catar os cacos
do presente e outrora
e enfrentar a noite
com o vitral da aurora.

Affonso Romano Sant'Anna


Que Setembro chegue com alegria!

Grande abraço a todos que prestigiam

o blog

Reflexões de Nós

Helô Spitali


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Um louco que procurava Deus



Um louco que procurava Deus

Certo dia um Louco que procurava Deus, resolveu empenhar toda suas poupanças e energia, na procura de Deus. Foi então que se lembrou de fazer uma viagem, uma viagem que o levasse de encontro a Deus. O objectivo de o encontrar, faria com que a sua reputação aos olhos de todos os outros se distinguisse, seria galardoado, e homenageado, se de facto pudesse provar a existência e a veracidade de Deus.

Cheio de entusiasmo partiu em busca desse mesmo sonho. Por entre rios, vales e montanhas, caminhou sem descanso, mas em nenhum lugar encontrava Deus. De repente lembrou-se que as religiões, uma vez porta vozes de Deus, sabiam onde o encontrar, decidiu então em se juntar ás religiões, na tentativa que um mapa, ou a informação necessária lhe fosse dada a fim de encontrar Deus. Contudo todo este seu esforço o levara em vão, e como se não bastasse fora tomado como um Louco, pois a ideia de procurar Deus, era inconcebível, aos olhos dos ditos entendidos na religião. Deus jamais se revelaria a um mero Humano, seria necessário anos de prática espiritual e de devoção a Deus, para que ele pudesse se mostrar.

Continuou a sua viagem, desta insatisfeito por tudo o que tinha passado, infeliz e cansado na sua procura, resolveu desistir do seu sonho. Já de regresso a casa, chorou por não ter sido capaz de concretizar o seu sonho, e se envergonhou do sacrifício em vão que fizera.

Uma vez em casa, após uma refeição quente e saborosa, dirigiu-se ao alpendre e deitou-se na rede que em tempos o aconchegara.

Um silêncio se fez sentir, e durante a melodia de um grilo, adormeceu.
Foi então que começou a sonhar, para espanto seu, o sonho parecia extremamente real, tudo, incluindo o chão o aroma o vento a audição e o tacto pareciam de facto reais, ao ponto de se esquecer que estava a sonhar. Durante o seu sonho um menino lhe apareceu.
"Que fazes tu aqui?" perguntou ele ao menino.
"Porque perguntas?" respondeu o menino, rindo-se em seguida da sua pergunta.
Indignado com a pergunta do menino, ripostou.
"estou preocupado, pois és pequeno para andares sozinho na rua"
O menino riu-se novamente, e exclamou. "não te lembras?"
"Não me lembro do quê?" perguntou ele, curioso pela resposta.
"Estás a sonhar, e eu sou fruto do teu sonho"
O louco, não queria acreditar nas palavras que ouvira, mas de facto a resposta do menino de certa forma pareciam ser verdadeiras.
"como posso estar eu a sonhar, isso significaria que tudo á minha volta é fruto minha imaginação?"
"Sim, tudo é fruto da tua imaginação, incluindo eu"
Pausou e por um momento lembrara-se que de facto estava a sonhar, e que a vida lhe permitira ter esse sonho. De seguida o menino sussurrou-lhe ao ouvido. "Deus não se procura, Deus vive-se, ele vive através de ti, de mim, de nós, e de todos, e a única coisa que nos separa dele, é o sono profundo e colectivo onde todos sonhamos que estamos separados, quando na realidade somos um"
Nisto um grilo saltou para cima do Louco, acordando-o subitamente do sonho que estava a ter.

Ainda estupefacto com o sonho, lembrou-se do que o menino lhe dissera, e naquele instante contemplou tudo á sua volta como sendo sua própria criação. Sorrindo, e feliz por ter encontrado em tudo e em todos Deus, olhou para outro lado da estrada e contemplou o mesmo menino do sonho, agora desta correndo na relva atrás de uma borboleta, gritando.
"Mãe! mãe! olha é a Vida que está voando"

Finalmente a sua procura o trouxera ao inicio da sua curiosidade, a Vida é este momento Mágico, onde tudo acontece sempre pela primeira vez.

PAZ


A Vida é apenas o Momento


Certo dia um viajante perguntou á Vida, o que é a vida?

A Vida não lhe respondeu. Indignado, o viajante continuou a sua viagem.

Pouco tempo depois o viajante lembrou-se, novamente de questionar a Vida.

Mas desta, pausou na tentativa de escutar e apreciar uma eventual resposta.

Para seu espanto, a Vida continuara a não lhe dizer nada.

Confuso e triste pela ausência de respostas, sentou-se á beira de um rio.

Após algum tempo de contemplação, as expectativas de querer saber o que é a Vida, desvaneceram.

De repente o desejo cessou, e a vontade de querer saber deixou de existir.

Foi então que na ausência de expectativas, de desejo, que um vazio se apoderou da sua alma.

Um vazio, que despoletou o receio do desconhecido, contudo foi a curiosidade de aceitar esse medo,

que o libertou.

O Vazio deu assim lugar ao novo, á Magia, que é ser preenchido pela Vida.

Revelando-lhe assim o que é a Vida.

O Viajante reconheceu assim o óbvio que em tempos não era óbvio.

Levantou-se e disse a ele mesmo a seguinte frase:

A Vida é apenas o momento, e só o momento, em que vida se contempla a ela mesma,

como sendo só e apenas esse mesmo momento.



Somos UM, auto reconhecendo-se como UM



PAZ

quarta-feira, 19 de agosto de 2009





um dia todos se vão perguntar tal como eu. porquê?

mas não há respostas. a memória é autonoma. dá-se quando se quer, aparece quando tem vontade.

um dia todos nós dissemos, que me sirva de lição, isto ou aquilo... no entanto lá está a vida a pregar partidas, tudo se repete, numa outra situação mas movido pelas mesmas certezas, sofrido pelas mesmas dúvidas.

cheguei prtanto á conclusão que enquanto vivermos iremos nos deparar com situações idênticas.

e vamos ter a memória de sempre...

aquela memória que surge de repente e nos deixa de sorriso nos lábios ou de lágrima no olho.

portanto estamos muito longe de nos controlarmos, ou sermos donos do nosso pensamento. por isso mesmo há que tentar viver assim, cientes de que um dia a memória nem bate á porta, simplesmente entra....

e estou feliz com isso graças a Deus não nos conseguimos controlar!

ainda bem que temos instintos. ainda bem que amamos, choramos, rimos, temos saudades até do que não queriamos ter... não importa isto é a vida no seu melhor.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alegria

" A alegria é a pedra filosofal que tudo converte em ouro".
( Benjamin Franklin)


Foto: Sorriso de luz by Joaquim Laurindo R.S.Rebelo, olhares.com



Alegre esperança atrai destino feliz


O Homem abre o caminho da vida com o poder da mente e constrói para si um destino condizente com seus pensamentos, do mesmo modo que o escritor elabora o enredo de um romance, de acordo com suas idéias.

Por isso é importante viver com a mente alegre, vendo o lado luminoso da vida em vez do lado sombrio, agradecendo pelo que possuímos, em vez de olharmos os pontos falhos.


( Do livro Subarashii Mirai o Kisuko - Seicho Taniguchi)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Existe algo de errado na sua Vida?

Tudo o que possamos alegar como "errado" na nossa Vida, está no exterior, seja o emprego, o companheiro, o amigo, o vizinho, o familiar, o dinheiro, o negocio, a saúde, a solidão, etc.

tudo o que possamos afirmar como estando "errado" na nossa Vida provem da perspectiva que incide sobre a mesma, por outras palavras, o que intitulamos de "errado", têm origem na perspectiva de cada um sobre o assunto em questão. O "problema, o erro" parte do interior de cada um. Pois você é único responsável pela sua Vida, "você" é quem cria a sua realidade, isso é lhe concedido pelo simples facto de você SER Vida e como tal, é Livre de experienciar tudo que quiser e não quiser, Contudo a parte da Vida que classifica como "errado" algo, parte sempre da perspectiva, pois a iniciativa de projectar tal realidade partiu de um estado inconsciente, Conscientemente, a Vida jamais projectaria o "erro" a si mesma.

Quando alegamos que algo de "errado" existe na nossa Vida, a descoberta do "porquê do mesmo" surge. Para aceder á resposta, o mesmo remete a uma análise "meditação e Observação" ao interior de cada um, isto significa que a Observação sobre si mesmo deverá ser cuidadosamente feita. A forma pelo qual o Homem acede ao seu interior, consiste na utilização da única "ferramenta" viável e eficaz que ele mesmo possui, a que chamamos de "Honestidade" que por outras palavras significa "Consciência". A Consciência ou Honestidade é de facto a ferramenta mais poderosa e Pura que possui para consigo mesmo.

A Luz da Honestidade é infalível e transparente quando "Observada". Todo o "erro" deve ser exposto sobre uma perspectiva não dual, quer isto dizer que você é o responsável de tudo que percepciona e experiência-a na sua vida. Se o erro foi causado por si mesmo, então será de todo legitimo alegar que foi um estado inconsciente, pois você conscientemente jamais provocaria o erro a si mesmo. Assim sendo, a Observação deverá aceder ao seu inconsciente. E como aceder ao seu inconsciente? Através da introspecção, um dos métodos que poderá utilizar consiste na auto interrogação a si mesmo, interrogando-se quais os sentimentos, pensamentos, emoções e ideias que possui face ao "erro em causa".

Vejamos o seguinte exemplo:

Digamos que o negocio corre mal, e tudo vai de mal a pior. Se auto interrogar-se sobre o que pensa do mesmo, verá que provavelmente no seu inconsciente, existe um sentimento de indignação, provavelmente os pensamentos alegam constantemente que o negócio está mal, ou que certo negocio dificilmente dará certo, enfim a perspectiva inconsciente está a boicotar a realização de uma forma plena de viver, invés disso a projecção do exterior está a ser fielmente projectado segundo os seus julgamentos e pensamentos inconscientes.

OU então suponhamos

Que alguém o aborrece constantemente, um vizinho, um familiar, um amigo, não importa. Verá que após uma análise aprofundada ao seu inconsciente que a "sua opinião" a pessoa em causa, corresponde fielmente ao comportamento por ele demonstrado.

Em tempos um grande Mestre afirmou, não julgais o teu irmão. Quer isto dizer que o próprio julgamento cria a "realidade manifestada" por si depositada, são os pensamentos emoções e sentimentos inconscientes que criam o plano existencial que presencia no mundo do manifesto.

A procura da causa do erro, é de facto de extrema mais valia, pois lentamente conduzi-lo-á a sua essência, verá que a vida têm algo mais a mostrar-lhe, e que "Você" é quem cria a "sua" realidade, contudo a criação da Realidade, é algo inato á própria Vida, Vida e Criação são sinónimos.

Resumindo, não se identifique com o "erro", pois você não é o "erro", mas sim quem o percecionou (criou). A VIDA quando Consciente de si mesma, jamais adoece, se auto mutila, ou se fere.

Nota: A Palavra "erro" induz a um falso conceito, afirma que errado e certo existem, contudo isso não é verdade, a sua credibilidade é e reside apenas no domínio da mente, Para a Vida não existe certo nem errado, existe sim coisas que funcionam ou não funcionam.

PAZ

Perfume de Mulher









*Mulher tu és…
Raio de luz permanente
Precioso cristal noite e dia reluzente
Fonte de beleza incessante
Brisa quente afável e tão inundante
Aroma primaveril tão refrescante
És… púrpura chama cativante
Arco-íris de felicidade cintilante
Pétala frágil de rosa tão perfumante
Licor de mel macio e embriagante
Lago de pura paixão efervescente
Melíflua melodia viciosa e tão exultante
Exímio feitiço de serpente
Fascínio sempre presente
Pura sedução eloquente
És… puro perfume envolvente
Magia sempre constante
Coração terno e apaixonante
Dócil regaço reconfortante
Voz meiga a cada instante
Sorriso verdadeiro e tolerante
Doce olhar tão cativante
Tu és… inequivocamente
Mulher…

Um verdadeiro e admirável ser…
Sejas tu… descomprometida, noiva, casada
Viúva ou divorciada
De cor, ou idade indiferenciada.
Tu serás sempre... pelos homens admirada
Por alguns deles até… eternamente amada
Por outros, infelizmente… tão maltratada.
Mas acredita… por muito que tu Mulher…
Sejas por esses covardes, constantemente maltratada
A tua tão sublime beleza e genuína natureza, como ser…
Jamais alguma vez será por eles, a ti… arrebatada!


*Dedicado a todas mulheres do mundo, muito em especial,
à minha Musa inspiradora de sempre.



A.Soares (apollo-onze)

Atenção imagem by net (Goolgle)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu não sei....

Eu não sei;
Porque amo eu, as estrelas?
Aquelas azuis e tremeluzentes… com o teu cristalino olhar.
Porque amo eu, o ruído das ondas do mar?
Aquelas suaves… como o teu tão terno falar.
Porque amo eu, as rosas amarelas?
Aquelas tão perfumadas… como a fragrância primaveril, da tua pele.
E que eu desejaria, nesse teu perfume, meus loucos sentidos afogar.
Eu não sei;
Porque amo eu, as folhas do Outono?
Aquelas doiradas… como a cor, dos teus encaracolados cabelos.
E que eu, com os meus irrequietos dedos, adoraria brincar.
Porque amo eu, as framboesas?
Aquelas vermelhas… como os teus finos e sedutores lábios.
E que eu almejo noite e dia, sofregamente beijar.
Porque amo eu, as noites?
Aquelas tão silenciosas… como o teu, sereno respirar.
E que eu, gostaria através dele, teus segredos poder desvendar.
Eu não sei;
Porque amo eu, as tempestades?
Aquelas imprevisíveis… como a tua inconstante forma de estar
Ora demasiado snobe, ora tão humilde, como a ténue luz do luar.
Porque amo eu, as montanhas?
Aquelas tão íngremes… como o teu, enigmático e distante olhar.
E que eu adorava um dia, o poder decifrar e até mim, o aproximar.
Porque amo eu, as pombas brancas?
Aquelas que voam livremente… como tu talvez, venhas um dia a voar
Para os céus da felicidade, poderes assim comigo eternamente planar.
Eu não sei;
Porque amo os sonhos!
Aqueles tão quiméricos… com os de um alienado amante
Que tão estupidamente teima neles, todavia acreditar!

Mas…
Talvez eu saiba;
Porque gosto tanto assim de amar.
Sim!
Porque o amor…
É a única coisa por enquanto, que na luz da vida, ainda me faz cegamente acreditar!




A.Soares (apollo-onze)

domingo, 9 de agosto de 2009

Amar é...












Amar é viver
Viver mil anos
Sem nunca adormecer
Amar é sofrer
Sofrer por alguém
Sem nunca se arrepender
Amar é saber
Saber perdoar
E tudo esquecer
Amar é prometer
Prometer carinho
Até envelhecer
Amar é amanhecer
Amanhecer ao teu lado
Depois de contigo adormecer
Amar é escrever
Escrever belas poesias
Sem poeta nunca o ser
Amar é viver
Viver ao teu lado
Sempre juntos até morrer...



Imagem by net - Google

A. Soares (apollo-onze)

Pura devoção!












Enquanto existirem oceanos…
Eu continuarei neles a navegar
Até nos teus afáveis braços, eu ancorar
E neles…para sempre desembarcar
Enquanto existirem lindos e livres céus azuis…
Eu continuarei esperançosamente neles…a voar
Até no beiral do teu coração, eu finalmente pousar
E eternamente…feliz aí ficar
Enquanto existirem belas e reluzentes estrelas…
Eu continuarei todas noites, elas visualizar
Até que uma delas, desperte o meu sonhar
Através do teu tão lindo e cristalino olhar
Enquanto existirem belas e perfumadas rosas…
Eu continuarei todas elas, sempre cheirar
Até um doce e estonteante perfume, eu encontrar
Aquele que só a tua pele morena…costuma emanar
Enquanto existirem ventos sirocos…
Eu continuarei ao lado deles noite e dia a soprar
Até os teus sedosos cabelos, eu suavemente despentear
E em êxtase profundo neles…meus ávidos beijos entrelaçar
Enquanto existirem tempestades tropicais…
Eu continuarei nas suas grossas bátegas de chuva me infiltrar
Até todo teu ardente e arrebatador corpo, eu inundar
Até ele…na minha tão copiosa paixão se afogar
Enquanto existirem rouxinóis…
Eu continuarei suas lindas melodias tentar imitar
Até o teu distante coração eu, conseguir de mim aproximar
Para ver se chave dele, tu a mim queiras para sempre confiar
Enquanto existirem mil formas de o amor, em poesia retratar…
Eu continuarei até ao derradeiro e imaculado poema, prosar
Poema esse…que te irá no topo do universo, eternamente colocar
Enquanto existirem corações tão apaixonados como o meu…
Eu continuarei sempre querendo assim…loucamente te amar
Pois em ti…não consigo por um segundo sequer deixar de pensar
E juro que assim continuarei até…aquele inevitável dia chegar
O dia em que eu… a “fronteira branca” terei de a atravessar
Mas até lá…esta minha pura devoção por ti…irá noite e dia continuar!



“Talvez jamais eu, seja lembrado pelos meus singelos e ocos textos de amor.
Mas sim… pelo meu grande defeito de ser, um compulsivo apaixonado e um inveterado sonhador!” (apollo-onze)



Imagem by net - Google

A.Soares (apollo-onze)

domingo, 2 de agosto de 2009

Mulher Despida...Texto de Martha Medeiros ©


EternaApaixonada


Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente. Nudez pode ter um significado diferente. Muito mais intenso é assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos e o que trazemos por dentro.
Não conheço strip-tease mais sedutor.

Texto de Martha Medeiros ©


Uma ótima semana a todas as mulheres corajosas! E a todos os homens que as entendem!

Beijos

HelôSpitali

Canto espiritual

Fotografia Olhares.com; Pedro Carvalho



Se o mundo é já tão formoso, Senhor, quando o vemos
com a paz Vossa dentro de nossos olhos
o que mais nos podeis dar em outra vida?

Por isso estou tão zeloso dos olhos e do rosto
e do corpo que me haveis dado, Senhor, e do coração
que se move nele sempre.... e temo tanto a morte!


Com que outros sentidos me fareis ver
este céus sobre as montanhas,
e o mar imenso e o sol que brilha por todas as partes?
Dai-me nestes sentidos a eterna paz
e não desejarei outro céu além deste céu azul.
Aquele que em nenhum momento lhe disse pára,
senão ao mesmo tempo que a morte o levou.
Eu não o entendo, Senhor; eu que quisera
deter tantos momentos de cada dia
para fazê-los eternos dentro do meu coração...
O que é este “ fazer eterno”, é já morte?
Mas, então, a vida o que seria?
Seria a sombra somente do tempo que passa,
e a ilusão do longínquo e do próximo,
e a conta do muito e do pouco e do demasiado,
enganadora, porque já tudo é tudo?

Dá no mesmo! Este mundo, seja como for,
tão diverso, tão extenso, tão temporal;
esta terra, com tudo o que nela se cria
é a minha pátria, Senhor; e não poderia
ser também uma pátria celestial?
Homem sou e é humana a minha medida
para tudo o que possa crer ou esperar.
Se minha fé e minha esperança aqui se detêm,
me culpareis por isso no além?

Mais longe vejo o céu e as estrelas,
e ainda gostaria de ser homem:
se haveis feito as coisas a meus olhos tão belas,
se haveis feito meus olhos e meus sentidos para elas,
por que fechá-los buscando outro mundo?
Se para mim como este não há outro!
Já sei que sois, Senhor; mas onde estais, quem sabe?
Deixai-me, pois, crer que estais aqui.
E quando chegar aquela hora de temor
em que se fechem estes olhos humanos,
abri-me, Senhor, outros maiores
para completar a Vossa face imensa.
Seja-me a morte um maior nascimento!

Joan Maragall, Catalão, tradução de Carlos Freire.

sábado, 1 de agosto de 2009

Não procure DEUS

Não procure DEUS

O simples acto de procurar condiciona o que não pode ser condicionado, procurar implica a perda de algo, significa que algo desapareceu e que necessita de ser encontrado.

Deus jamais necessita de ser encontrado, o paradigma reside na crença sobre o mesmo, o homem julga que perdeu DEUS, como pode o Homem perder DEUS, se DEUS é tudo, Logo DEUS está nele, está si, e está em mim. Mas o Homem assim não acredita, ele crê que Deus está separado, e por consequência condicionado, que Deus é algo que podemos buscar e procurar, com principio meio e fim.

Ele assim percepciona, porque é assim que ele se auto classifica, ele se considera um ser separado do todo, expressões como estas são validas para uma mente que se auto condicionou.

“Deus está em tudo e em todos excepto em mim e em você”

Como pode Deus estar em tudo e em todos e não estar em você ou em mim?

A única acção válida é a da “descoberta” que afinal Deus está em si e em mim, mas para isso não é necessário procurar, é apenas necessário Observar o Obvio, que por meros momentos deixou de SER obvio para ser interpretado e pensado como não óbvio.

A interpretação e o pensamento vem da mente, deixe de interpretar o Mundo e a Vida que o rodeia, e Observe e contemple apenas o que “É”. A Vida “É” sem nada adicionar, atingir esse grau de Consciencialização requer apenas a persistência de estar Presente no Aqui e no Agora sem interpretações, e sem julgamentos.

O pensamento quando pensado é um pensamento condicionado, o pensamento quando brotado é um pensamento criativo intuitivo uno com a Vida e com o momento. Observe todo e qualquer pensamento, observe-se a si, ao mundo e á Vida, inclua-se no Filme, intitule-se como actor principal, contemple a sua presença neste palco Majestoso onde se encena a peça intitulada como “VIDA”. Permita a si mesmo SER um pouco louco e imagine-se como centro do Universo, porque você é o centro do seu Universo, Observe-se a si que é o todo, e lentamente acorde de um sonho intitulado como separação.

Deus vive em si, e você vive em Deus

PAZ