quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não sou eu...




Não sou eu…
Quando… aos deuses do amor imensas vezes exclamo
para intercederem a favor de uma linda e sincera paixão.
Quando… noite e dia, outras tantas, eu também reclamo
para que alguém, atenue a dor, deste dilacerado coração

Não sou eu…
Que… aos mais requintados sonhos adora se render
para neles, alguém tão especial, poder de verdade amar.
Que… das correntes do passado teima não se desprender
Receando que o futuro, igual paixão não lhe venha a dar

Não sou eu…
Que… no embalamento da lua costuma tão feliz adormecer
acreditando nos teus acolhedores braços estar a ser embalado.
Que… aos matinais raios de sol, costumo meus beijos oferecer
julgando teus ardentes lábios eu, estar-te na realidade beijando

Não sou eu…
Aquele… que um dia, o teu lindo rosto nos céus irá desenhar
com densas e púrpuras nuvens, que irão brotar deste meu peito.
Aquele… que lindas palavras de amor te irá sempre sussurrar
a cada teu acordar, a cada teu adormecer, no teu íntimo leito

Não sou eu…
Que… em mim, um há muito, adormecido vulcão tenta despertar
para as suas ardentes brasas de infindável paixão teu corpo incendiar.
Que… um leito de pétalas de rosas perfumadas, tem-te reservado
para nele, convulsivamente nos amarmos, por tempo indeterminado

Não sou eu…

O simplório poeta… por uma bela musa perdidamente apaixonado
escrevendo suas prosas e versos com uma obsoleta pena de pavão.
O tal poeta… em tempos, por essa musa definitivamente enfeitiçado
e que a mesma, que acabará por vir a ser a sua fatal perdição

Não sou eu…

A alma errante… deambulando pelo árido deserto da solidão
procurando esperançosamente, um verdadeiro sinal de ti, amor.
A alma despojada… procurando lutar contra à estúpida resignação
tentando recuperar fragmentos do passado, seja a que preço for

Não sou eu…
Que penso, digo, ou… escrevo estas sentidas e desalinhadas palavras.
E não sou porque… na verdade, ao ter que reler cada uma delas
irão abrir-se diante de mim, algumas idílicas mas, tão íngremes janelas
as quais eu…infelizmente, não conseguirei saltar para o interior delas!

“Amar é… ter tudo e nada ter ao mesmo tempo. É… cegamente acreditar, que o nada pode quiçá, vir a ser tudo… a qualquer momento.” (apollo_onze)

Imagem by net Google

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Por entre Montanhas...


Por entre montanhas viajas tu e eu, Luz e sombra fazem parte do caminho. O Sol visita-nos momento sim momento não, o algodão doce das nuvens os picos das montanhas e o verde das árvores oferecem nos a sombra que nos refresca nesta caminhada que chamamos de Vida.

Por vezes perdidos sentimo-nos sem sentido, baralhados com um tempo que teima em nos acompanhar, esquecemo-nos muitas vezes que a Vida existe para se contemplar.

É então que no momento de pausa, o momento que antecede a confusão. Que eu e tu, simplesmente nos rendemos á Vida sem tempo sem ilusão, ao eterno Aqui e Agora. Um momento sagrado onde o tempo sucumbe face ao vazio e ao espaço que a Vida nos apresenta como única solução.

Assustados e sem controlo sobre a situação, finalmente cedemos ao vazio que nos assola sem motivo algum. Apenas o de mostrar o que a muito nos esquecemos, a Vida é este momento onde o tempo é um filho que se preocupa sem razão.

Somos então nós, eu e tu que despertamos para a vontade inata do Coração, o de SER assim feliz e acreditar numa Vida que não é em vão. Mas sim a Vida que acredita na Vida e na capacidade de Criação.

Por entre as montanhas os obstáculos mostraram-nos a raiz da sua manifestação, a crença nos mesmos foi sempre da nossa exclusiva Criação.
Aprendemos finalmente a lição que a Felicidade está no momento, o de seguir o Coração, não mais preso por obstáculos ou por crenças que viajam no tempo e que nos distraem da Realidade que é viver a Vida em comunhão.
Uma comunhão com o todo com a Magia que é Viver a Criação, o momento único e Original o de simplesmente SER feliz, pois foi apenas esse o propósito de toda a Criação.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Quando o Obvio nos passa ao lado


Na maioria das vezes o Obvio deixou de ter importância, talvez por isso mesmo por ser demasiado Obvio. A simplicidade do mesmo deixou de ser relevante para a Vida do Homem.

Saber que ontem já passou, que o amanhã ainda não chegou e que a Vida apenas Aqui e Agora se manifestou, deixou por e simplesmente de Ser relevante, porém esta é a única e válida Realidade de todos nós.

Neste momento você lê estas palavras, e no momento a seguir a Vida dirá o que acontece.

É realmente no Presente momento que a História das nossas Vidas se desenrola, é no momento que você grita, chora, pula, vai dormir, escreve, lê, está feliz, está triste, come, brinca, acredita, não acredita, etc.
Enfim o Obvio é que a Vida só pode existir no momento, tudo o que acontece na sua Vida acontece no momento. Ninguém pode ausentar-se do momento, excepto quando morre, porém é nos possível esquecer e ignorar o momento.

Como será isso possível, esquecer o momento? Pela simples razão de vivermos em prol do tempo e não do momento. Ora estamos sempre pensando no amanhã preocupados como fazer e o que fazer, ora estamos arrependidos revoltados angustiados ou apenas saudosos com um passado que já não volta.

Enquanto isso, a Vida está acontecendo ela não pára, este momento que intitulamos como Presente não deixa de existir, simplesmente porque só o Agora existe só ele é Real, Você nasceu aqui no momento e irá morrer no momento.

A questão que julgo SER de alguma importância é. Se sabemos que o momento é a única Realidade, o que escolhemos nós fazer com ele?

Escolho eu ignorar o momento, e com isso viver em prol dos pensamentos, sempre pensando no amanha nos erros do passado ou nas saudades do ontem. Ou escolho eu hoje aqui e agora escrever estas palavras, e exprimir o que a Vida em mim pretende exprimir.

Amanhã quando chegar o momento, posso optar por beber e saborear um café de manhã, enquanto isso o riso de uma criança me conforta os ouvidos, em simultâneo contemplo a Luz do dia que me aquece a face de forma genuína e original, tudo isto porque simplesmente tudo no momento muda tudo é único e Original.
Ou então acordo de manhã preocupado com os telefonemas que tenho que realizar, os faxes que tenho que enviar, a encomenda que tenho que fazer e a reunião que tenho que marcar.
Enquanto isso, tudo no momento está a passar, o sabor do café que bebi sem provar, o riso da criança que não notei porque estava a telefonar, e por fim a luz do dia que ignorei simplesmente porque a preocupação estava na encomenda que devia enviar.

Todos temos uma Vida e um sonho a realizar, SER feliz é um estado que se encontra no momento e não no pensar.
Viver Aqui e Agora o momento não é ignorar, nem tão pouco é virar costas aos objectivos que amanhã se propôs em realizar. Viver o Aqui e Agora é saber que tudo têm o seu Lugar, espaço e tempo,
no momento e apenas no momento
que a Vida em si se lembrou de proporcionar.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tudo é válido


Tudo na vida é válido para própria vida. Contudo tendemos frequentemente a criticar julgar ou por e simplesmente reprovar os actos dos outros e o acontece no Mundo a nossa Volta.

Porque razão será tudo válido para a Vida? Apenas porque a Vida tudo concede tudo aceita, essa é a verdadeira Liberdade que a Vida concede a ela mesma.

O facto de ser válido não significa que o mesmo seja prático e funcional na Vida de cada um de nós, a sua validade vale o que vale, apenas isso. O valor atribuído á experiencia é um valor legítimo que cada um pode atribuir, e de facto cada um de nós assim o faz.

Podemos dizer que tudo é válido, isto porque a Vida por e simplesmente têm vindo a experimentar-se a si mesma, a Vida “É” assim pura experiencia.
Uma experiencia que após realizada pode ou não servir a Vida. Por isso mesmo o Passado é fundamental para a Vida, para evolução da mesma.

O Homem a Vida constata assim por experiencia e validação própria o que serve ou não a Vida. O “erro” que no passado fizemos, a mentira o medo a angustia a tristeza a revolta, são todos eles frutos da experiencia que a Vida concedeu a si mesma. Não existe outra forma pelo o qual a Vida possa SER simplesmente Livre.

O seu julgamento e opinião sobre estas palavras são prova disso mesmo, a Liberdade da Vida existente em si, concede isso mesmo.

Compete a cada um rever e analisar, o que serve ou não a Vida existente em si. Serve vivermos em guerra, em cobiça, em confronto, em revolta, em angústia, em tristeza?

Somos e fomos sempre nós quem ditou a nossa felicidade, nós fomos sempre os responsáveis e os últimos a estipular o que nos entristece e o que nos faz feliz.

Viver de forma Consciente é olhar para um passado que existiu, mas que hoje não é real, pelo simples facto que já passou. É saber por experiencia própria que os momentos e as experiencias passadas, serviram um propósito maior, o de estar “Agora” mais Consciente, e apto de fazer escolhas mais sábias.
Tal como criança que acende um isqueiro e se queima, a experiencia dita que o mesmo não serviu a Vida que nela existe. A criança opta assim por não voltar a experimentar o mesmo.

Assim “É” a Vida quando Consciente dela mesma. A evolução é o largar o passado, para dar lugar ao Novo, para voltar a sermos Crianças com curiosidade de experienciar a genuinidade e originalidade da Capacidade Criativa que a Vida permite a si mesma.

Por fim a Vida revela-nos que nada adianta julgar criticar um passado que já passou, uma experiencia que serviu um propósito maior, o de SABER o que serve ou não a VIDA.
Neste momento o Homem a Vida em nós, após toda uma história percorrida pode finalmente questionar-se. Posso EU viver de forma diferente? Posso EU acreditar no Novo, na curiosidade de acreditar em mim mesmo, e com isso SER criança.
Seguir o meu Coração e com isso SER o exemplo do que pretendo para a minha Vida.

O que serve para mim? SER feliz? Como sê-lo? Sendo e fazendo o que me faz feliz. Seguir a vontade que em mim reside que vibra e me faz feliz. SER musica e com isso partilhar a minha música, SER pintor e partilhar as minhas pinturas, SER inventor e partilhar as minhas invenções. SER um SER Feliz é acreditar no seu intimo e seguir o seu Coração sendo assim o exemplo para com o Mundo, que você está disposto a Criar e partilhar.

Ter Amor pela Vida é também compreender a Vida. Mesmo sabendo que são inúmeras as coisas no mundo que não fazem sentido.
Pois é na humildade e no reconhecimento que “não sabemos” que o espaço ao Novo em si surge.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Peço perdão




Peço perdão…

Por talvez, humano eu ter nascido

E assim a imaculada perfeição

Jamais preencher a maior parte de mim.

Sim! Já quantas vezes, eu tenho sido surpreendido

Por alguns actos irreflectidos que nasceram dentro de mim

Dos quais, eu me envergonho por deles me ter servido.

Mas de nada serve, nem nunca me servirá este meu pejo

Pois a culpa está, em eu na verdade ter nascido assim

Destinado a subverter os bons princípios do meu subalterno desejo


Peço perdão…

(E pese embora todos os meus defeitos)

Se o bom que também existe dentro mim

De pouco ou nada positivo, a alguém alguma vez serviu

Embora eu saiba que existe alguma pureza enraizada em mim

Mas a mesma, nem sempre conseguiu produzir úteis efeitos

Principalmente quando certos defeitos, alguém em mim já viu

E alguns mesmo sabendo que eu não passo de um comum mortal

Raramente deixam de duvidar das minhas boas intenções

Com as quais eu visto tão solenemente o meu lado sentimental

Aquele lado, incapaz de ferir ou se aproveitar de fragilizados corações.


Peço perdão…

Por irracional eu não ter nascido

Talvez assim… ninguém de mim duvidaria ou criticava

Esta minha repreensível e genuína humana forma de ser

Talvez assim… eu a tudo isto jamais alguma vez atenção prestava

E certamente os meus atribulados dias, logo pacatos, passariam a ser

Deixando eu de os outros ferir ou… porque não, por eles também ser ferido.


Peço perdão…

E afinal… só e apenas a mim próprio

Por quiçá, eu injusto comigo mesmo estar neste momento a ser

Pois no meu intimo até sei que eu de todo posso não ser um simplório

Mas cruel ou ardiloso, eu tanto nunca o fui, nem faço intenções de o vir a ser!


“Por muito grande que seja o nosso guarda-chuva jamais o mesmo evitará que, algumas gotas de chuva acabem por nos vir a molhar.” (apollo_onze)


Escrito em Herning (Dinamarca) 23/03/10

Imagem by net Google


A-Soares (apollo_onze)


domingo, 4 de abril de 2010

É PÁSCOA...




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É Páscoa, ainda e sempre, Também!

Ontem, como hoje,
Deus continua falando.
No silêncio, talvez...
Nos gritos de desespero, de indignação, de vitória...
Certamente!

E fala ainda pela boca das faladeiras
(Em quem não se deve acreditar?)
Mulheres, negros, índios, menores, sem-terra, sem-teto, sem-emprego...
E fala na língua das minorias (maiorias?)
Não na língua universal, correndo o risco de desaparecer
(Mas ousa correr esse risco!)

Fala daquilo que não se encontra nem se entende
Nem nos shoppings,
Nem nas bolsas de valores,
Nem no FMI
(Mandam no Brasil).

E fala de muitos modos:
Com ternura (bem-vindos, contem comigo, coragem, sê forte, não desanime...)
Com indignação (ai de vós, afastai-vos, malditos...)
Com desespero (por que me abandonaste?...)
Chorando (sob o cálice amargo no horto...)
Calando (na cruz...)
Emocionado (Ele não está aí, RESSUSCITOU!)

Fala de exílio e êxodo (sim, êxodo também!)
Fala do banquete (não o “real”, mas o popular)

Fala da comida (que sacia e faz viver a todos/as)
Fala da festa (enlutada, é claro. Afinal, muitos continuam crucificados)

Fala da roupa da festa (perseverança, ânimo, coragem, resistência, teimosia...)
Eis que a noite é longa, mas o gozo, eterno.

Fala da receita (não a do mercado neoliberal, mas a da solidariedade global e globalizada!)

Fala a(o)s cozinheiro(a)s: “vocês são meus filho(a)s muito amado(a)s”!

Fala a(o)s convidado(a)s: “venham, vocês que são abençoados”; recebam como herança o reino desde sempre preparado para vocês”!

É PÁSCOA! (Hoje, como sempre!)


© Francisco de Aquino Júnior

Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil



Pensei em escrever uma mensagem de Páscoa aos amigos do blog, a todos os leitores seguidores e a quem aqui chegar, mas descobri na Internet e coincidentemente é da minha cidade natal, uma mensagem de um poeta, que apesar de não o conhecer, me identifiquei muito com sua maneira peculiar de trazer a Páscoa para o nosso dia-a-dia!


Que sejamos felizes hoje e sempre nesta Renovação espiritual da fé, nos fortalecendo a esperança de novos dias, com muito amor, solidariedade, amizade em todo o mundo!


Santa Páscoa a todos!


Abraços


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sábado, 3 de abril de 2010

As Vezes...

As vezes…
Aqueles nossos sonhos dourados
Torna-se tão longínquos e inalcançáveis
Deixando-nos tão inúteis e desalentados
Transformando-nos em autênticos seres miseráveis

As vezes…
Alguns de nós são a parte fraca que sofre da maldade
Por parte de alguém despido de toda a dignidade
Que vai saciando impunemente a sua estúpida agressividade
Em alguém que não ousa se libertar da sua sofrível passividade

As vezes…
Entre a crua infelicidade e a felicidade pura
Existe um muro de um frágil vidro a nos separar
Não fora a falta de coragem para simplesmente o derrubar
E a vida de alguns deixaria de ser tão cruelmente dura

As vezes…

Se pensarmos bem… valerá sempre a pena o tal caminho procurar
Por muito longínquo que esteja aquele sonho não devemos dele desistir
Dizer basta! E não ter medo dos nossos agressores enfrentar
Atravessar determinado o muro de vidro sem ter medo de nele se vir a ferir

As vezes…
Eu pretendo apenas certas mentes adormecidas despertar
Numa tentativa muito séria de todas elas vir a consciencializar
Que a violência domestica (entre outras) não para de aumentar
Por isso conto com todos vocês para este flagelo em voz alta aqui condenar!



BASTA! DIGA NÃO Á VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.