segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cantatas da Natureza

Fotografia by Antonio Guerreiro (Olhares.com)



Quanta sinfonia de mistério. Indago!
Vozes maviosas, deslumbrante canto,
Asas libertárias circundando o lago...
Cuja acrobacia me fascina tanto!

Todo o movimento pára, por enquanto;
Para ouvir a música de doce afago
Da canção do beijo de amor mais santo.
Que beleza infinda! Ao refletir, divago!

O segredo-pólen orna o bogari.
Flores que solfejam para o colibri
Ária inimitável em magistrais regências.

Mágico espetáculo da beleza empírica,
Madrigais bucólicos, maestria lírica
Da suprema arte das inteligências.


Oliveira de Panelas, in o 13º Apóstolo

domingo, 28 de junho de 2009

DEIXEI A PORTA ABERTA


Esperei-te

Por toda uma vida

Vi-te passar por mim

Tantas vezes

Olhavas-me

Desejavas-me

Você me conquistou,

Mas não se aproximou

Por fim decidi

Deixar a porta entreaberta

A minha esperança é

Ver você entrar

.

Ferina*izil

sábado, 20 de junho de 2009




A lágrima que vês cair não doi.
tem o efeito do vazio.
do teu rosto tenho um esboço guardado
falam-me da minha dificuldade em amar
é certo que:
nunca corri atrás de ninguém
se alguém se foi é porque não quis ficar
se alguém traiu é porque o quis fazer
o amor tem de ser livre
os sentimentos têm de voar
eu não entendo, nunca vou entender
quem rasteja por amor
eu chamo a isso obcessão/doença
Amar é ter e dar asas
E não me venham com tretas
quem ama as aves
não as prende em gaiolas...
Amo amar livre
respirar fundo
e não sentir amarras
é certo que já quis refazer a vida
refazendo um castelo em ruínas
até que ele se desmoronou e eu vi
ali... a areia em perfeita sintonia com o mar...
para quê mais?
acham-me estranha?
talvez...
há alturas que até eu me acho...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Foi você que condicionou a sua Felicidade

Foi você que condicionou a sua Felicidade

Foi o Homem que estipulou, condicionou, e aprisionou a sua felicidade. Foi lhe ensinado que a felicidade, provem do exterior, que a felicidade, está condicionada, a algo, um objecto, uma casa, um estatuto, uma pessoa, a um relacionamento, a poder financeiro, etc.

A felicidade passou então a ser “algo”, com principio meio e fim, efémero, e limitado. Assim sendo, o termo posse, passou a ter um significado vital para o Homem, e com isso surge o apego, o “ego”, o desejo, e a carência, por esse mesmo algo.

O Homem torna-se prisioneiro da sua crença, o criador se apaixona pela criação, de forma desmedida, caindo no sono profundo da separação.

Como foi isso possível? Pelo simples facto que o Homem mergulhou no tempo, na distância dele mesmo, projectando expectativas no futuro ou simplesmente mergulhado nas memórias de um passado, ele ignora o eterno Presente.

A felicidade passou então a estar de mãos dadas com o medo, passando assim a ser alvo de privação, e com isso o Homem teme a perda do mesmo.

Quando condicionamos a felicidade, atribuímos inevitavelmente características efémeras, pois nada no exterior dura para sempre.

O processo do desapego, está aliado a tomada de Consciência, sobre o mesmo, o Homem têm de constatar por ele próprio a natureza efémero, e ilusório da felicidade condicionada. Só então ser-lhe revelado o segredo, que não é segredo, a entrada, que não é entrada, a chave, que não é chave, o caminho, que não é caminho, e o objectivo, que não é objectivo.

Será frisado vezes sem conta, será divulgado vezes sem conta, será anunciado, escrito, profetizado, e aclamado, até SER devidamente reconhecido a MAGIA do eterno AGORA.

A VIDA é AGORA.

É no Agora, que Homem VIVE, é nele que a VIDA desperta, é no PRESENTE que o HOMEM reconhece o significado de estar VIVO, e com isso a Felicidade, de SER UM com a VIDA, a Felicidade não é algo com principio e fim, mas sim a VIDA sem principio e sem fim, não é uma realização, mas sim a Realização, não é um objectivo, mas sim o Objectivo.

A dualidade, a carência, o desejo, a busca, a procura, o caminho, a distância, a meta, têm de cessar. Para dar lugar a tomada de Consciência, do TODO, do eterno AGORA, sem interpretações, sem um eu que se julga separado, Você “É” a VIDA olhando para a VIDA, você “É” a Felicidade reconhecendo-se como tal, não existe “um lá e eu cá” existe uma tomada de consciência que transcende a mente, que nos leva a morrer para um passado, e a morrer para um futuro, deixando o vislumbramento e a Magia de SER UM com o eterno AGORA.

PAZ

domingo, 7 de junho de 2009

Qual o momento em que somos Felizes?

Qual o momento em que somos Felizes?


Qual é o momento? Como podemos nós classifica-lo? Quais as características inatas de um SER que está plenamente Feliz?

A Felicidade é sinónimo, de ausência de Desejo, pois o próprio conceito de desejo, adverte a um estado de carência, de falta, de privação. Quando o Homem esquece o desejo, e abandona o desejo, a felicidade surge, pois na sua ausência, apenas a Felicidade existe.

Face a esta perspectiva, podemos facilmente identificar, o porquê de tão pouca felicidade na Sociedade, no Mundo e na Vida do Homem.

Uma vez que o Homem esqueceu-se de quem “É”, como Vida, na sua essência. Ele julga-se incompleto, e por consequência a carência e o desejo surge, como solução á sua ignorância, ao seu esquecimento. Fora lhe ensinado que a felicidade é algo que se compra, que se adquire, que se conquista, que se busca, tudo isso induziu o Homem ao erro, ao esquecimento dele mesmo como VIDA que “É”. Tudo isso fê-lo estabelecer metas, separação entre ele e o objectivo, que por sua vez o fez mergulhar na roda do tempo, prova disso, são os desejos constantes, de bens materiais, conjugais, amigos, estatuto social, etc.

O Homem procura incessantemente a concretização dos seus desejos, porque no momento que satisfaz esse mesmo desejo, o desejo desaparece, cessa em existir, e com isso é lhe dado o sabor da felicidade, a graça de estar VIVO, no Aqui e no Agora. Por momentos não existe mais desejo, e o jogo do tempo termina, ele entra no instante Sagrado, que é o eterno Agora.

Contudo iludido, com a sensação, ele julga que foi o bem material, ou a acção, que lhe provocou essa felicidade. Mas nada, no exterior pode substituir o instante Santo, nada pode substituir a plenitude de Viver o Agora, porque o Agora é Completo, Perfeito, e tudo alberga, dele tudo nasce, tudo surge, tudo desvanece.

Todo o exterior é efémero, é condicionado a um princípio, meio, e fim. A Vida Consciente jamais se condiciona ao Mundo das formas, á dualidade. Jamais se aprisiona a objectivos a desejos, pois o simples acto de possuir, de desejar, algo que lhe é inato, é irreal, é ilusório. A Vida Consciente é sinónima de liberdade, de Amor, de fluidez, e de inocência, de não dualidade, de Unicidade.

A Felicidade é assim, ausência de desejo, sinónimo de VIDA, e a VIDA é o OBJECTIVO, no Aqui no Agora, que por sua vez é sinónimo de Vontade de VIVER, de bailar com o vento, com a música, com o riso de uma criança, com amanhecer do Sol, com o contemplar de uma flor, com a infinita Presença, que é vislumbrar a Magia da Vida, e por fim de saber que “EU” sim, sou essa Presença.

PAZ

terça-feira, 2 de junho de 2009

A UNIÃO

A ética e a moral desde os mais antigos tempos andam irmanadas orientando a humanidade em todos os seus segmentos. Os nossos códigos desde Hamurabi até os mais modernos têm como fonte maior a ética para impor seus postulados à sociedade das mais primitivas às evoluídas.
A partir daí, outras linhas são traçadas no caminho da humanidade a indicar-lhe o direito sagrado à liberdade como um dogma importantíssimo para o conceito do chamado direitos humanos. A liberdade no campo dos direitos humanos se destaca com grande eloqüência no segmento da expressão livre para o desenvolvimento das idéias e da cultura, sem fronteiras físicas, psicológicas ou outros impedimentos secundários ou precários. A liberdade de expressão se harmoniza muito com o conceito de boa vontade do homem em sua plenitude de pensamento, como na lição de Kant “ nem no mundo, nem em geral, fora do mundo é possível pensar nada bom sem restrição, a não ser tão só uma boa vontade.”
Quando a obra do homem tem como ponto máximo a boa vontade, em todos os sentidos da vida, a plenitude dos direitos humanos se materializa de modo a engrandecer cada vez mais o homem. Quem expressa sua ideologia composta inteiramente do bem, não pode sofrer sanção como censura ou exemplo expresso para os demais. A sanção, quer seja com a pena; quer seja com a reprovação por mais leve que seja, afronta o corpo e a alma de quem pensa e de quem quer ver a fraternidade ser a fonte de toda harmonia e unidade entre os homens, independente de todas as diversidades em outros ângulos da vida.
Impor disciplina repressora a quem pensa bem, sem preconceitos, prejulgamentos é sobretudo atingir ( pode ser até involuntariamente) os direitos humanos da pessoa, coisa que é preservada e garantida por todas as Constituições dos Estados que elegeram a democracia como regra maior para a convivência.
É aqui e lá, em outras nações que sabem dar aos direitos humanos o lugar de destaque que a humanidade tanto lutou e tanto luta para vê-los eloquentemente implementados.
Quando se fala do bem comum, da fraternidade entre os homens, do crescimento das idéias, tudo vêm em seu apoio, como a ética, a moral, a ciência, a religião em todas as suas modalidades. A religião pode fazer parte da vida do homem, mas não pode impor rigorosamente regras exclusivas. Se este for o comportamento nas relações humanas onde a religião decide, a divisão dos homens se realiza, o que não é bom para a própria fraternidade e amor ao próximo, dogmas até divinos. A união entre os homens não pode ser ameaçada ou atingida pelo egocentrismo de uns em dentrimento do crescimento dos demais nas relações sociais, culturais e até religiosas. A contestação, a discussão nas relações humanas é importante quando o sentido é da união no crescimento global dos projetos desenvolvidos em quaisquer campos de atividade.




Sarinha Freitas ( SAM)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Casamento

A instituição intitulada como Casamento, não têm servido a Vida, o seu alicerce principal, se assentou numa crença ilusória, e foi colocado em areias movediças.

Foi acordado que o Casamento, a união entre dois Seres, se deve a compromisso, entre ambos. Um compromisso, como o termo indica um acordo, um contracto de obrigação, entre os dois.

Ironicamente, é exactamente, o acordo, que boicota, a união entre dois Seres, pois o acordo assenta e dá ênfase á dualidade, e por consequência á separação de ambos. Quando fazemos, o acordo de amar alguém para o resto da Vida, estamos com isso a condicionar a Vida a uma obrigação. A Vida quando Consciente dela própria, jamais necessita de acordos. O Contracto é por si só sinónimo de apego. O casamento tal e qual como o conhecemos, assenta as suas raízes no apego. Expressões como estas são frequentes: “Eu sou teu, e tu és meu, para o resto da minha Vida”. A Vida jamais pode possuir a Vida. Condicionar o conjugue a um objecto de posse, é condicionar-se a si mesmo, á carência ocultada do mesmo, por outras palavras, é depositar a sua felicidade na forma, enfim no cônjuge.

Viver um Casamento, como se possuímos, o nosso cônjuge, tem se revelado o maior dos apegos. O apego entre dois Seres, revela-se na maioria das vezes, pelo medo de perda, ou de falta de respeito, pelo próximo.

A sociedade incutiu, que o Casamento, é um compromisso, uma corrente, uma algema, que alberga dogmas, crenças, ideias, pensamentos, e conceitos de posse, de obrigação, de condicionamento. Toda esta instituição, deve-se a um estado inconsciente do Homem para com a VIDA.

A taxa de divórcios e separações, tem vindo a crescer em flecha, e a razão pelo qual isto acontece, é porque a Vida jamais se pode condicionar, aprisionar. Viver é tudo menos compromissos, condicionamentos, e aprisionamentos.

O rio não se aprisiona a si próprio, nem tão pouco a fruta deixa de cair da árvore.

Podemos alegar:

“Mas eu não sinto que estou condicionado, eu não sinto que estou aprisionado” Todo e qualquer medo face ao seu relacionamento, revela esse apego. Se colocarmos as seguintes questões:

“Tem o leitor medo de perder o seu conjugue, tem medo de que o seu conjugue, o traía? Ou o deixe? Ou lhe minta? “

Todo o medo, esconde o apego. Você acredita que depende de algo para SER feliz, o medo que o homem possa eventualmente ter para com o conjugue ou para qualquer outra coisa na Vida, provêm da falsa ilusão, que você depende de algo para SER feliz.

Como pode a Vida depender de algo para SER Feliz? A Vida já é VIDA, já é completa, Feliz e realizada, a única realização a fazer é essa mesma. Consiste na percepção do mesmo, ou seja que você, não necessita de nada nem de ninguém para SER plenamente Feliz, a não SER de si mesmo, a VIDA que você “É”.

Por isso mesmo, a instituição que intitulamos de Casamento, não serve a plena Liberdade de SER verdadeiramente Feliz.

Contudo a União de um Homem com uma Mulher, faz sentido para a Vida, é a união entre ambos, o dar incondicional entre ambos, sem nada a pedir em troca, que proporciona a Mulher, dar á LUZ.

A união incondicional entre o Homem e a Mulher, é a forma mais sublime de manifestar o AMOR que somos, não existe nada mais LINDO E MARAVILHOSO que o AMOR de um SER HUMANO POR OUTRO. Mas o AMOR que falo, é o AMOR genuíno, que nada pede em troca, que nada teme, que nada anseia, e que apenas dá… dá porque sabe que está dando á VIDA…. Que está dando a si mesmo... E sabe que só o AMOR é REAL e só ele existe…

Esse Amor é sinónimo de Consciência, é sinónimo de Saber, que a Vida quando Consciente dela mesma, jamais se fere, jubila sim, em êxtase no dar e fluir incondicional que é Viver a Vida Uno com ela.



PAZ