domingo, 18 de janeiro de 2009

Tela de Salvador Dali - Chalice of Love.


A única maneira de justificar os nossos dias é amando e trabalhando com o melhor que existe dentro de nós. Precisamos usar o coração do coração, e ver o mundo com olhos por onde lágrimas – sejam elas de alegria ou tristeza – estejam sempre jorrando.
Eu conheço poetas que nunca se mostram por inteiro, porque tem medo de que os reconheçam, e terminem isolados; eles não gostam disto, porque não conseguem apreciar a própria companhia.
Paradoxalmente, esta solidão é algo que assusta e atrai os homens. Eu, por exemplo, adoro estar só. Quando estou cercado de gente, e mesmo assim consigo reconhecer minha própria solidão, sou capaz de amar todos a minha volta, com muito mais desprendimento.
Mas, na medida que estas pessoas exigem que eu abandone minha solidão interior – para que elas mesmas não se sintam sozinhas – então, a magia deste amor desaparece.
20 de agosto 1920

Kahlil Gibran – As cartas de amor do Profeta – Correspondência (1908-1924) entre Kahlil Gibran e Mary Haskell, traduzidas e adaptadas livremente por Paulo Coelho.

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