sábado, 7 de fevereiro de 2009

Vitrais

................................................................Um dia deitou-se na noite e todo tempo eu te esperei. Nessa poesia estou silente em minha dor e minha espera.Horas esquecidas de mim e dos relógios, lembrei-me de ti e dos teus olhos. Nos sinos a angústia do que me é diverso. Personagem de mim nesses meus versos, não sou bardo e não há rimas na espera dos vitrais de minha catedral. Dos estilhaços e aos pedaços, a beleza e sua arte. Toma meu corpo que nesse altar é tua homilia. Despe-o em imã e fecharei meus olhos para que adentres minhas sesmarias e seus missais... Eis-me em ofertório ajoelhada e esfomeada em fiel penitência. Minha pele lacerada é imolada nesse rito convulso e arrepia às mãos postas em mim e minha boca prova, não o vinho, mas seus licores em perfeita comunhão. Oro e em ti repouso minha devoção. Eis que venero esse ofício santo em que odores de nossos corpos são o incenso. Silente e circunspecta rendo-me e entrego em grito sussurrado ao teu ouvido a reza profana do meu gozo e meu gemido. Nesse ofertório és a minha adoração. Na catedral ressoa em harmonia o nosso adágio em que sou flauta e tu és cravo. E nos meus olhos a poesia e no teu riso vejo a face da alegria de um homem. De fora catedral sombria e nem se vê. Mas em silêncio, aqui bem dentro, quieta, vejo beleza imensa em seus vitrais...
...
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6 comentários:

  1. Estava a ler-te e a lembrar-me que nos tempos idos quase no inicio do mundo
    o amor era sublimado, algo de sagrado e os seres só faziam em locais sagrados
    esta muito bonito e envolvente o teu texto
    beijos

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  2. E haverá o eco, que multiplicará os suspiros!


    Estamos contentes em saber que você segue o "Dicas Sobre Nada".
    Vamos te linkar também!
    Beijão!
    Toninho Moura
    Capitão Ócio

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  3. A palavra mágica
    dorme na sombra
    de um livro raro.
    Como desencantá-la?
    É a senha da vida
    a senha do mundo.
    Vou procurá-la.
    Vou procurá-la a vida inteira
    no mundo todo.
    Se tarda o encontro, se não a encontro,
    não desanimo,
    procuro sempre.
    Procuro sempre, e minha procura
    ficará sendo
    minha palavra.

    Carlos Drummond

    Lindo domingo!
    abraços

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  4. Pôxa!
    Se todos pudessem ser vistos e verem como vitrais....
    QUE IMAGEM POÉTICA ( E FILOSÓFICA) BONITA!

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  5. Estou fazendo uma campanha de doações para criar uma minibiblioteca comunitaria na minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro,preciso da ajuda de todos.Doações no Banco do Brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 Que DEUS abençõe todos nos.Meu e-mail asilvareis10@gmail.com

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  6. Profundo e reflexivo! um beijo,chica

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