Ao escolher entre as práticas, com frequência encontraremos pessoas que tentarão nos converterem para seus caminhos.
Existem missionários de todas as confissões que insistem em ter encontrado o único veículo verdadeiro para Deus, para o despertar, para o amor.
Mas é vital compreendermos que existem muitos caminhos para subir a montanha, que não existe apenas um único caminho verdadeiro.
Dois discípulos de um mestre discutiam sobre o modo correto de vivenciar a prática.
Como não conseguiam resolver o conflito, foram ao mestre, que estava sentado entre um grupo de outros discípulos. Cada um dos dois apresentou o seu ponto de vista. O primeiro falou sobre o caminho do esforço.
- Mestre- disse ele -, não é verdade que precisamos fazer muito esforço para abandonar nossos velhos hábitos e modos inconscientes de ser? Precisamos fazer um grande esforço para falar com honestidade, para estar atentos e presentes. A vida espiritual não acontece por acaso, mas apenas quando à ela decidamos um esforço de todo o coração.
O mestre respondeu:
- Tens razão.
- O segundo discípulo pertubou-se e disse:
- Mas mestre, então o verdadeiro caminho espiritual não é o do desapego, da entrega, de deixar que o Tao, o divino, se mostre por si mesmo? Acho que não é através do esforço que progredimos, pois nossos esforços estão baseados nos nossos apegos e no nosso ego. A essência do verdadeiro caminho espiritual é viver segundo a frase: "Não se faça a minha vontade, mas a vossa". Não é esse o caminho?
E mais uma vez o mestre respondeu:
-Tens razão.
Um terceiro discípulo, ouvindo a conversa, interveio:
-Mas mestre, não é possível que ambos tenham razão
O mestre sorriu e lhe respondeu:
- Também tu tens razão.
Existem muitos caminhos para subir a montanha, e cada um de nós deve escolher a prática que sentirmos verdadeira para o nosso coração. Lembre-se de que as práticas em si, são simples veículos para que você desenvolva a percepção consciente, a bondade e a compaixão no caminho da liberdade. E isso é o bastante.
Como disse Buda: " Um homem não precisa carregar a balsa sobre a cabeça depois de cruzar o rio".
Devemos aprender a honrar e a usar uma prática enquanto ela nos servir, o que , na maioria dos casos, é um tempo bastante longo mas também a vê-la como aquilo que ela é: um veículo, uma balsa que nos ajuda a cruzar as águas da dúvida, da confusão, do desejo e do medo. Podemos ser gratos à balsa que auxilia nossa jornada e, ainda assim, perceber que, embora delas nos beneficiemos, nem todos tomarão a mesma balsa.
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O poeta Rumi descreve veículos para o despertar:
Alguns trabalham e enriquecem;
Outros trabalham e continuam pobres.
À uns, o casamento enche de alegria;
à outros, drena-os.
Não confieis nos caminhos; eles mudam.
Os métodos vão para lá e para cá como o rabo do jumento.
Acrescenta sempre, a qualquer sentença, a cláusula de gratidão:" Se Deus quiser" e vai em frente, vai em frente...
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Fonte: Um Caminho Com o Coração, de Jack Kornfield.
Flores para você
ResponderEliminarPara você enfeitar o seu dia,
lhe trazer mais alegria
mais paz a cada minuto.
Flores
Para você pensar na vida com mais carinho,
e não se esquecer que por você
carrego o sentimento mais sublime:
A amizade!