segunda-feira, 9 de março de 2009

Acravei-me aos espinhos soterrados

As rosas dissecaram-se no meu corpo envelhecido
curvado pelos espinhos que ia cravando
no despertar de cada aurora pardacenta
o papel jazia lamentos, escrevia anáforas

Sem sentido, sem rumo…
…sem significado algum

Acravei-me aos espinhos soterrados
neste corpo tão cansado e estéril
arranquei-lhe as raízes, suspirei.
O lamento calou-se
numa folha branca de alegorias

Com sentido, com rumo…
…do significante ao significado


Conceição Bernardino

5 comentários:

  1. Lindo , muito bonita a figura dos espinhos.
    Quem não os tem?
    Mas transformá-los em beleza, já é outra coisa.

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  2. Muito bem colocada a metáfora dos espinhos, os que encontramos na estrada da vida, e que permanecem mesmo depois que as rosas murcham...
    Boa noite pra vc
    Beijos

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  3. Lindo, profundo e reflexivo teu poema! Espinhos podem cravar em nós, nessa nossa caminhada por aqui.Cabe a nós saber tirá-los, um a um, sem muita dor ...um beijo,chica

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  4. Bonito poema sobre os caminhos da vida.

    Aprende-se com a dor ou com o prazer. O que importa é querer mesmo aprender. É a nossa INTENÇÃO em querer aprender que tudo possibilita.

    Parabéns.

    Um grande abraço

    José António

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  5. Muito linda a poesia!
    Adorei...
    Beijos e boa quinta pra ti!

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