
Onde vais? Perguntou o cozinheiro ao empregado de mesa.
Um pouco cansado, João respondeu:
Vou pausar e fumar um cigarro, já são poucos os clientes que estão na sala.
Dirigiu-se ás traseiras do restaurante abriu a porta dos fundos e sentou-se nas caixas de fruta que lá se encontravam.
Ainda antes acender o cigarro olhou para o céu e contemplou as poucas estrelas que ali se encontravam. Suspirou e disse:
Que Vida esta! Estou sempre aqui, e por vezes esqueço-me que estou aqui. Estranho! Por vezes sinto, que não vivo, é como se me esquece-se de mim.
O momento de simplicidade e cumplicidade entre mim e tudo o que me rodeia parece por vezes tão distante, que esqueço a minha Presença neste mundo no qual vivo e experimento a Vida. Onde estou "EU"? O que ando eu a fazer? Será possível que quem sou, não saiba quem sou?
Ainda confuso com as questões que colocara a si mesmo. Lembrou-se o que dissera antes.
..."Estou sempre aqui, e por vezes esqueço-me que estou aqui"...
Pois! Só pode ser isso, esqueço-me de mim. Um esquecimento, algo semelhante a um sonho, onde eu vivo adormecido para comigo próprio. Vejo a vida ao meu redor, vivo em função do meu exterior, das tarefas, das obrigações e responsabilidades que encontro. Incluo tudo isto na minha vida, excepto talvez o mais importante "EU".
Naquele momento a Vida parou, a pequena brisa que o acariciava a lua e o canto de um Mocho conduziram-no á simples Presença de se incluir a si mesmo no momento.
Foi então que subiu á estrela mais alta, de forma a puder contemplar e olhar para si, um olhar tenro meigo e inocente, de quem não teve medo de olhar para a Vida como ela "É". Uma Observação que nada exclui e tudo inclui.
Agora, nada estava de fora, nada estava separado, tudo fazia parte do todo incluindo a pequena estrela que o ajudara a tomar Consciência do todo.
Estupefacto com a simplicidade do momento, o "EU" tornara-se o todo, vislumbrando o todo. Uma tomada de Consciência simples e natural, que olha observa e contempla a personagem e o filme em simultâneo. Que vê não com os olhos físicos mas com a Consciência que é o Todo olhando para si mesmo.
Suas palavras fluíam de forma espontânea:
Quando Observo a Vida, quando Observo o todo, incluindo quem eu julgava apenas SER, vejo que o esquecimento era apenas isso um esquecimento.
Que magia posso "EU" ter para mim? Uma vez que me reconheço no todo, que estou disposto a lembrar-me que sou o todo. Seu Coração bateu forte, e uma energia de luz pura se apoderou do seu corpo.
As seguintes palavras nasceram em si.
Viver em mim é viver em ti, ambos somos "UM". A Criação e o criador são faces da mesma moeda, nada se exclui e tudo se experimenta. A Magia que aqui questionas é a Criação, a Magia da evolução e da felicidade, que se encontra somente no Coração.
Um Coração que tudo aceita e nada julga, pois sabe que está julgando-se a si mesmo, auto criando-se a si mesmo.
Um Coração que nada ignora e que sabe que tudo têm um propósito, o de SER feliz com ele mesmo.
Um Coração que abraça a humildade a honestidade e por fim toda a sua Criação, transformando o mundo que vê no mundo que Vive.
Ao Seres Feliz... Viverás Feliz...