sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dama Branca e Dama Amarela





Em tempos que lá vão, cresciam, lado a lado, em uma campina, um crisântemo branco e um crisântemo amarelo. Certo dia, um velho jardineiro os viu e se apaixonou pela dama Amarela. Ele lhe disse que se ela quisesse acompanhá-lo, ele a faria ainda mais bela e lhe daria comida delicada e lindas roupas para usar.

A dama Amarela sentiu-se tão atraída pelo que o velho jardineiro dizia, que  esqueceu de sua irmã branca e consentiu em ser desenterrada, carregada nos braços do seu dono e plantada em seu jardim.

Depois que a dama Amarela partiu, a dama Branca chorou amargamente. Sua beleza singela havia sido desprezada , e, pior que isso, viu-se forçada  a permanecer  sozinha no campo, sem ter  mais a irmã, a quem era devotada, para conversar.

Dia após dia  mais bela ficava a dama Amarela no jardim de seu senhor. Ninguém reconheceria agora a simples flor amarela do campo;  mas embora  suas pétalas fossem longas e curvas e suas folhas  limpas e tão bem cuidadas , ela às vezes se lembrava  da dama Branca sozinha na campina e imaginava o que ela estaria fazendo para que suas longas e solitárias horas passassem.

Um dia, um capitão da vila veio ao jardim do velho jardineiro à procura de um crisântemo perfeito para ser desenhado no elmo de seu senhor. Informou que não desejava um belo crisântemo com muitas e longas pétalas . Queria um simples crisântemo branco de dezesseis pétalas . O velho jardineiro mostrou ao capitão a dama Amarela , mas ele não gostou da flor e, agradecendo, partiu.

No caminho de casa, atravessou um campo onde viu a dama Branca chorando. Ela contou a triste  história de sua solidão , e quando a terminou o capitão da vila lhe disse  que havia visto a dama Amarela e que era não era nem metade tão bela quanto a branca flor que tinha diante dos olhos. Ante essas palavras animadoras , a dama Branca parou de chorar e quase arrancou seus pezinhos ao pular de alegria quando esse bom homem  afirmou que a queria para o elmo de seu senhor.

No instante seguinte, uma dama Branca, felicíssima, estava sendo transportada em um palanquim. Ao chegarem ao palácio do Daimyo,  todos elogiaram, sinceramente, sua admirável perfeição de forma. Grandes artistas vieram de longe e de perto, sentaram-se junto dela e a  esboçaram com admirável perícia. Logo ela não precisou mais de espelho para se mirar, pois via sua bela face branca presente em todos os mais preciosos  bens do Daimyo , em sua armadura, em seus estojos de laca, em suas colchas, travesseiros e mantos. Olhando para cima , podia ver seu rosto entalhado em grandes painéis. Foi pintada de todas as maneiras possíveis, até boiando sobre a correnteza. Todo mundo concordava em que o branco crisântemo , com suas dezesseis pétalas , representava o mais belo elmo de todo o Japão.

Enquanto a face feliz  da  dama Branca  era perpetuada nos bens do Daimyo , a face da dama Amarela só transpirava tristeza. Havia florescido por si, sozinha, e sorvido os elogios dos visitantes  com a mesma avidez com que bebia o orvalho sobre  suas pétalas primorosamente curvas . No entanto , um dia ela sentiu uma rigidez nos membros e percebeu o fim da exuberância de sua existência . A antiga cabeça orgulhosa pendeu e quando o velho jardineiro  a viu , arrancou-a do canteiro e a jogou numa lata de lixo.

Mitos e Lendas do Japão/ F. Hadland Davis

10 comentários:

  1. Um grande retorno, querida Sam!
    Obrigada por nos trazer essa reflexão tão linda!
    Tenha um ótimo domingo e uma semana iluminada!
    Beijos

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  2. Querida amiga,

    Obrigada pelo carinho. Lindo fim de semana! Beijos com carinho.

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  3. A imaginação leva-nos sempre longe!

    Saudações poéticas

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  5. Feliz ANO NOVO



    Família...
    Sete letras mágicas...
    Letras fortes e lindas...
    Pois quando forma palavra...
    É realmente o que é...
    Sentimos o pilar da casa
    Forte e seguro...
    E nas contrariedades...
    Que surgem na vida...
    Quando há família...
    Quando há união...
    E quando há amor...
    Não há mesmo nada...
    Que nos derrube...
    E sentimos que este ano...
    O Natal...
    Teve mais força...

    LILI LARANJO

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  7. A beleza é relativa, e a admiração também. Achei interessante, esta lenda!

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