quarta-feira, 14 de abril de 2010

Peço perdão




Peço perdão…

Por talvez, humano eu ter nascido

E assim a imaculada perfeição

Jamais preencher a maior parte de mim.

Sim! Já quantas vezes, eu tenho sido surpreendido

Por alguns actos irreflectidos que nasceram dentro de mim

Dos quais, eu me envergonho por deles me ter servido.

Mas de nada serve, nem nunca me servirá este meu pejo

Pois a culpa está, em eu na verdade ter nascido assim

Destinado a subverter os bons princípios do meu subalterno desejo


Peço perdão…

(E pese embora todos os meus defeitos)

Se o bom que também existe dentro mim

De pouco ou nada positivo, a alguém alguma vez serviu

Embora eu saiba que existe alguma pureza enraizada em mim

Mas a mesma, nem sempre conseguiu produzir úteis efeitos

Principalmente quando certos defeitos, alguém em mim já viu

E alguns mesmo sabendo que eu não passo de um comum mortal

Raramente deixam de duvidar das minhas boas intenções

Com as quais eu visto tão solenemente o meu lado sentimental

Aquele lado, incapaz de ferir ou se aproveitar de fragilizados corações.


Peço perdão…

Por irracional eu não ter nascido

Talvez assim… ninguém de mim duvidaria ou criticava

Esta minha repreensível e genuína humana forma de ser

Talvez assim… eu a tudo isto jamais alguma vez atenção prestava

E certamente os meus atribulados dias, logo pacatos, passariam a ser

Deixando eu de os outros ferir ou… porque não, por eles também ser ferido.


Peço perdão…

E afinal… só e apenas a mim próprio

Por quiçá, eu injusto comigo mesmo estar neste momento a ser

Pois no meu intimo até sei que eu de todo posso não ser um simplório

Mas cruel ou ardiloso, eu tanto nunca o fui, nem faço intenções de o vir a ser!


“Por muito grande que seja o nosso guarda-chuva jamais o mesmo evitará que, algumas gotas de chuva acabem por nos vir a molhar.” (apollo_onze)


Escrito em Herning (Dinamarca) 23/03/10

Imagem by net Google


A-Soares (apollo_onze)


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