Não sou eu…
Quando… aos deuses do amor imensas vezes exclamo
para intercederem a favor de uma linda e sincera paixão.
Quando… noite e dia, outras tantas, eu também reclamo
para que alguém, atenue a dor, deste dilacerado coração
Não sou eu…
Que… aos mais requintados sonhos adora se render
para neles, alguém tão especial, poder de verdade amar.
Que… das correntes do passado teima não se desprender
Receando que o futuro, igual paixão não lhe venha a dar
Não sou eu…
Que… no embalamento da lua costuma tão feliz adormecer
acreditando nos teus acolhedores braços estar a ser embalado.
Que… aos matinais raios de sol, costumo meus beijos oferecer
julgando teus ardentes lábios eu, estar-te na realidade beijando
Não sou eu…
Aquele… que um dia, o teu lindo rosto nos céus irá desenhar
com densas e púrpuras nuvens, que irão brotar deste meu peito.
Aquele… que lindas palavras de amor te irá sempre sussurrar
a cada teu acordar, a cada teu adormecer, no teu íntimo leito
Não sou eu…
Que… em mim, um há muito, adormecido vulcão tenta despertar
para as suas ardentes brasas de infindável paixão teu corpo incendiar.
Que… um leito de pétalas de rosas perfumadas, tem-te reservado
para nele, convulsivamente nos amarmos, por tempo indeterminado
Não sou eu…
O simplório poeta… por uma bela musa perdidamente apaixonado
escrevendo suas prosas e versos com uma obsoleta pena de pavão.
O tal poeta… em tempos, por essa musa definitivamente enfeitiçado
e que a mesma, que acabará por vir a ser a sua fatal perdição
Não sou eu…
A alma errante… deambulando pelo árido deserto da solidão
procurando esperançosamente, um verdadeiro sinal de ti, amor.
A alma despojada… procurando lutar contra à estúpida resignação
tentando recuperar fragmentos do passado, seja a que preço for
Não sou eu…
Que penso, digo, ou… escrevo estas sentidas e desalinhadas palavras.
E não sou porque… na verdade, ao ter que reler cada uma delas
irão abrir-se diante de mim, algumas idílicas mas, tão íngremes janelas
as quais eu…infelizmente, não conseguirei saltar para o interior delas!
“Amar é… ter tudo e nada ter ao mesmo tempo. É… cegamente acreditar, que o nada pode quiçá, vir a ser tudo… a qualquer momento.” (apollo_onze)
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